Os primeiros consertos

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Ainda na garagem de casa

O primeiro fim de semana com um carro "novo" é sempre de lambeção, não é? Peguei a caixa de ferramentas, a muito útil parafusadeira, e fui procurar sarna pra me coçar no Maverick. Medida número um: tirar o aerofólio dianteiro (ou spoiler, como queira), que já tinha me desagradado desde a primeira foto que recebi do carro. De plástico, um tanto desgastada, a peça foi aparafusada sob o pára-choque usando alguns furos que já existiam, por exemplo, para prender as lanternas de seta. Quando desmontei descobri que ela estava rachada no meio, por trás da placa, e vi que esse painel frontal da lataria, abaixo do pára-choque, havia sido de certa forma "mais dobrado" para trás e para baixo, provavelmente para permitir o encaixe do spoiler. Muita sujeira no local; aproveitei para limpar as lanternas de seta com um pano úmido.

Os adesivos dos vidros deram ainda mais trabalho. O que tinha a palavra "Completo" no pára-brisas (…) foi até tirado fácil. Mas um adesivo que o Detran tornou obrigatório em 1997, para identificar os carros que haviam pago o IPVA, só saiu com uma demorada raspagem, com chave de fenda e cuidado para não arranhar o vidro. Um que fica no vidro traseiro eu não consegui tirar de jeito nenhum: tentei aquecer com secador de cabelos, passei óleo de cozinha, tentei raspar, e nada. Se alguém souber como tirar um adesivo tinhoso desses, por favor me diga.

O carro veio, ainda, com um daqueles retrovisores largos e convexos que aumentam o campo de visão. Até entendo um motivo para isso: os retrovisores externos do Maverick, desse pelo menos, são colocados muito "para trás". O motorista é forçado a virar o rosto para a esquerda, se quiser olhar o espelho deste lado, e o retrovisor direito simplesmente não dá ângulo. Daí a necessidade do tal retrovisor externo gigante, que permite uma visão teoricamente maior de o que está acontecendo atrás. Porém, por ser convexo, ele diminui os objetos que são vistos por ele, e pelo fato de o Maverick vibrar muito acabava sendo difícil enxergar alguma coisa. Além do mais, era um penduricalho, por cima do retrovisor original.

Para tirá-lo, foi preciso desmontar o suporte do retrovisor e os pára-sóis. O do lado direito estava engripado, sem abaixar, e foi difícil alcançar os três parafusos que o prendiam ao teto — mas depois foi fácil girar um pouquinho o parafuso de regulagem que solta ou prende mais o eixo do pára-sol. Descobri que o suporte do retrovisou quebrou em algum momento e foi remendado de forma bem chinfrim com Durepoxi — borrifei um pouco de Colorgin preto fosco nessa área para disfarçar, depois de lavar as peças para tirar a poeira excessiva que se acumulou por todas as partes. Aliás, essa lavagem trouxe outra descoberta: o lado preto dos pára-sóis, que fica virado para o interior do veículo se eles forem abaixados, parece ter sido pintado, com tinta bem safada, que começou a soltar quando passei uma bucha com sabão! Achei melhor não esfregar mais desse lado.

Aproveitei o ensejo para desmontar, ainda, a luz de cortesia do teto, cuja lente estava bem suja. Essa ficou jóia após uma boa esfregada de bucha com sabão — apenas um pouquinho e compreensivelmente amarelada pela ação do tempo. Já o aro cromado que a prende ao teto, que é de plástico (e não sei se é original), apresenta alguns "pontinhos" que não saíram mesmo com muita bucha. Deixei assim mesmo. A lâmpada, claro, estava queimada.

 

Sob os olhos do Detran

Já na segunda-feira, dia 23 de julho, fui ao Detran de Sobradinho. Antes de entrar realmente na restauração, eu queria resolver logo a situação legal do Maverick, ou seja, fazer a transferência. Como eu disse, não sei COMO que a tão rigorosa e enjoada vistoria do Detran do DF aprovou esse carro na transferência feita entre o dono original e as suas herdeiras, para que o carro fosse vendido.

Após um TREMENDO chá de fila, por conta de uma operação tartaruga que o Detran-DF vem fazendo por conta de mudanças organizacionais determinadas pelo Governo do Distrito Federal, pus o Maverick na fila da vistoria, com ENORME dificuldade. Quem disse que o bonito queria pegar? Para tirá-lo do estacionamento e entrar na fila de carros da vistoria, só no tranco. O motor de partida virava preguiçoso: "uéun… uéun… uéun…" e parava. Parei na tal fila, deixei o motor ligado, e com a marcha lenta do motor desregulada a luz do alternador acendia. Precisei mantê-lo levemente acelerado, numa tentativa de carregar a bateria por mais tempo. Desliguei, esperei a fila andar um pouco, e nada de o carro pegar outra vez — agora precisei de um empurrão para dar um tranco de ré, e mantive o carro ligado até chegar minha vez.

Logo que pus o Maverick na baia já entreguei ao atento vistoriador, chamado Osório, a lista de coisas que eu vou mandar fazer no carro. Expliquei que estava pegando o carro para restaurar, e que estava sem freio de mão, com pneus ruins, etc. Achei que seria ridículo dar uma de joão-sem-braço — e acho que a honestidade adiantou alguma coisa. O vistoriador disse que a estrutura até estava ótima para um carro de 30 anos. Detectou uma solda na coluna de amortecedor do pára-lamas dianteiro esquerdo, mas concluiu que não havia compromisso da estrutura do carro. Demoramos para achar o número do chassi, que no Maverick fica nesse mesmo pára-lamas dianteiro esquerdo, meio escondido pelo carburador. O carro foi aprovado com ressalvas — por conta dos pneus deploráveis, do extintor de incêndio vencido e da luz de ré que não acendeu, preciso voltar lá em 30 dias para mostrar que os problemas foram corrigidos, e então poderei finalizar a transferência.

 

Os primeiros reparos

Logo que saí do Detran fui a uma auto-elétrica, convencido de que a bateria (Heliar, de 56 Ah, do tipo que não precisa de água) estava comprometida pelo tempo em que o carro havia ficado parado. Aproveitei para comprar a lâmpada da luz de cortesia e um extintor de incêndio novo, e pedi um teste da bateria. O técnico pediu para ligar o carro — engraçado, agora o miserável pegou com surpreendente facilidade! O rapaz disse que a bateria estava boa — então concluímos que o problema certamente está na regulagem do avanço de ignição, o popular "ponto". Pedi para ele investigar a razão para a luz de ré não acender. Ele entrou embaixo do carro, olhou um pouco… e disse que o câmbio não tem a cebolinha de ré, o interruptor que aciona a luz!! Disse que alguns carros antigos não tinham luz de ré, mas não me convenci disso. Ah, em tempo: esse técnico ainda perguntou se poderia tirar uma foto ao lado do carro, para o irmão que também gosta de antigos. "Ora, mas é claro!", respondi orgulhoso… hehehehe!

Então deixei o carro em uma oficina bem perto de onde moro. Entreguei ao mecânico chefe, o Fernando, uma grande lista de coisas a fazer — e ele ainda acrescentou, logo de cara, a troca da tampa do radiador, que estava com folga. Eu disse que não precisava fazer com pressa, e ele ficou de me passar o orçamento. Mas depois de dois dias esperando o telefonema, e de passar em frente à oficina e ver o carro parado no mesmo lugar em que eu deixei, resolvi ir lá — sem pressa, mas andando, né?? Mas então o carro estava já sendo analisado e desmontado.

O outro mecânico da oficina, junto com o chefe, me mostrou as pinças de freio dianteiro e os cilindros do freio traseiro — e disse que estes últimos estavam engripados, totalmente travados e sem funcionar. Mostrou-me as lonas de freio bem pouco gastas para provar que o carro só estava freando nas rodas dianteiras. Os pistões das pinças estavam um bocado engripados também, bastante duros, e seria preciso trocar os reparos deles. As pastilhas de freio estavam semi-novas. Seria preciso trocar um reparo do carburador também. Adiantaram-me que o cabo do freio de mão estava estourado, assim como o cabo do afogador, bem como descobriram um gato feito para abrir o capô por meio de um cabo colocado na grade do Maverick. Durante a tarde os dois fariam uma lista de peças necessárias e me passariam para que eu mesmo procurasse onde achasse melhor.

 

Maverickeiro de primeira viagem

Até que achar as peças, na manhã da quarta-feira (25/07), foi menos complicado do que eu imaginava. Em Sobradinho, DF, há uma loja de autopeças que trabalha, até o momento, com algumas peças para carros mais antigos — a Ipanema Auto Peças. Encontrei quase tudo que precisava lá. Mas por um preço que, só depois percebi, foi um tanto salgado. Tudo bem que a bomba d'água é da SKF, uma das melhores marcas do mercado, mas precisava ser por R$ 230,00?? E a facada maior foi no cabo traseiro do freio de mão: R$ 106,00 por um cabo que estava esquecido no depósito, tanto que o vendedor (e proprietário da loja) já havia dito que não tinha. Depois é que fui ver que esse cabo pode ser encontrado por algo em torno de R$ 60,00. Me senti roubado, sinceramente. Mas estou tentando enxergar isso como aprendizado: aos poucos, acho, a gente vai descobrindo onde que é melhor comprar peças para antigos por preços honestos. O cabo para abertura do capô e o cabo dianteiro do freio de mão eu encontrei no dia seguinte, em uma loja tradicional de Brasília, a Induspina. Os dois juntos pelo preço do primeiro…

Da primeira lista de peças (lista completa com os modelos no fim do texto), só não consegui encontrar o cabo do afogador — não achei nem mesmo nos catálogos que vi de fabricantes de cabos. Já me disseram que há em Brasília uma oficina, a Casa da Camionete, que pode fabricar um cabo igual, bastando que eu leve o original. Bem que o Beto, mecânico que trabalha com o Fernando e preparou muitos Maverick e Opala para corridas, tentou desamassar a "mangueira" por onde passa o cabo, mas não adiantou.

 

O que foi feito dos freios

A parte de troca de velas, correias, etc. correu tranqüila e rapidamente. Já com os freios, foi um problema atrás do outro — e foi isso que fez o Maverick passar um total de 27 dias (!!!) na oficina. Para começo de conversa: do freio de mão do Maverick, só sobrou, literalmente, a alavanca no painel. Além da total ausência dos cabos, não havia nem mesmo o suporte que deveria estar preso sob o assoalho do carro! Fernando teve que procurar um outro Maverick — por sorte, existem alguns proprietários na vizinhança — e observar como é que o cabo é preso sob o carro, e então usar uma pequena e grossa chapa de aço, com furos, para fazer uma adaptação similar.

Na remoção da pinça de freio dianteira esquerda, o sangrador para retirada de ar do sistema foi quebrado — dentro do furo, aliás. Isso traria problemas grande mais tarde, como se verá. Depois de trocados os reparos das pinças, cilindros das rodas e fluido, o carro passou a ter freio nas quatro rodas, mas então se percebeu uma grande falta de pressão no sistema. Substituição do cilindro-mestre, diagnosticou Fernando. E, disse ele, trocar só o famoso reparo do cilindro não adiantaria: certamente o cilindro estava gasto por dentro, apesar de não haver sinais de rachaduras e furos, e os novos retentores pouco adiantariam. O que me levou fazer uma adaptação com cilindro-mestre de Opala — tema de um artigo em separado.

Ocorreu que mesmo após a adaptação o sistema de freios ainda ficou com funcionamento bastante desagradável e preocupante, e alguns fatores contribuíram para isso. O principal deles, claro e inesperado, foi que o cilindro-mestre ZERINHO que eu comprei da Bosch veio com vazamento. Descobri pelo barulho característico de esguicho quando bombeei o pedal na garagem de casa, com o carro desligado. E logo descobri uma cachoeira de fluido no local onde o cilindro é aparafusado no hidrovácuo. Só consegui fazer a troca na loja (Karpeças, 705 Norte, Brasília) na terça-feira, porque eles não tinham outro para pronta entrega. Eu mesmo coloquei o cilindro bom no lugar, com a ajuda de um tio meu, e fizemos a sangria possível dos freios.

"Sangria possível", sim, porque a quebra do sangrador da pinça dianteira esquerda impediu que se fizesse sangria dessa roda, e por isso restou ar no sistema. Para frear o carro, e ainda de forma bem fraca, ficou necessário bombear o pedal algumas vezes. Paciência — assim mesmo levei o bendito ao Detran, no último dia possível para fazer a transferência sem multa; expliquei a situação, e em três dias o carro já estava devidamente transferido e documentado. Depois levei o carro a um torneiro mecânico, que tiraria o pedaço de sangrador restante por R$ 15. Ele meteu maçarico na pinça, ainda montada, e logo depois jogou água. Tentou tirar o sangrador, mas não adiantou. Então ele desmontou a peça e declarou: "alguém meteu furadeira aqui, não vai ter jeito de tirar. Só comprando outra pinça mesmo.". Ahá, então é por isso que o Beto foi tão categórico em dizer que a minha pinça não teria salvação, né? E que eles até procuraram um torneiro mas ele não estava lá no dia, né?? SEI. Enfim…. depois vejo isso. Até porque, depois do calor na pinça e a desmontagem dela, o freio do Maverick ficou milagrosamente MUITO melhor!! Até voltei lá no torneador. Ele acha que a dilatação dos metais acabou resultando em uma vedação que náo existia antes. Eu já acho que o calor e a desmontagem fizeram com que o pistão destravasse, ou que o reparo da pinça voltasse a uma posição correta, algo assim.

Por fim, a outra causa dos freios fracos é que um dos parafusos do hidrovácuo que seguram o cilindro-mestre está bastante espanado e a porca fica frouxa e meio solta nele. Isso, segundo o mecânico Beto, faz com que o pedal de freio fique mais baixo do que deveria. Nas visitas que fiz a dois torneiros mecânicos, ambos disseram que só poderiam fazer qualquer coisa se eu já levar o hidrovácuo desmontado, e um deles disse que não dá para cortar e soldar outro parafuso no lugar porque a solda derreteria os mecanismos internos do hidrovácuo. Esse mesmo também disse que não adiantaria refazer a rosca com um cossinete, porque o parafuso resultante ficaria com aproximadamente 7mm e, portanto, muito fraco para a missão de segurar o cilindro. Mas ainda acredito que isso seja suficiente — nada que uma boa arruela (não a minha, veja bem) não possa resolver.

 

Próximos passos 

O bom de já ter conseguido deixar o Maverick em condições de andar — e principalmente de ter concluído a transferência junto ao Detran — é que agora posso ir mexendo nele com mais calma. Desmontar o hidrovácuo para tentar resolver esse problema do parafuso de fixação do cilindro-mestre é uma das próximas missões, mas a primeira delas será comprar uma pinça nova para a roda dianteira esquerda. Até já descobri um cara que tem — o Derson, conhecido preparador de carros para arrancada da cidade satélite de Sobradinho. Ele já havia me sugerido a troca do hidrovácuo e do cilindro-mestre do Maverick pelo cilindro sem hidrovácuo da F-1000. Numa conversa, ele me disse que já desmontou 40 Mavericks, e por isso tem várias peças em estoque — inclusive as pinças e os reforços das colunas da suspensão dianteira, que já encomendei.

Alguns problemas da parte elétrica necessitam de solução imediata. O principal deles é o medidor de combustível com o ponteiro invariavelmente parado na metade do mostrador — o que já me deixou a pé, sem gasolina, DUAS vezes. Tentei procurar a ligação dele à bóia no tanque… mas o que eu encontrei numa inspeção rápida foi simplesmente um par de fios soltos no porta-malas e NENHUM conector de bóia no tanque!! Começo a suspeitar que o tanque foi trocado e, por pão-duragem, o ex-dono meteu um tanque sem bóia…

Falando em gatos do tipo, a luz de ré também será um problema, de solução pelo menos um pouco mais fácil e barata. Logo depois de tirar o carro da oficina eu mesmo resolvi procurar a cebolinha da ré. Embaixo do carro estavam os fios e conectores das luzes, mas da maldita cebolinha não há qualquer sinal, nem mesmo de um suporte para ela. Descobri, de toda forma, que um dos trambuladores da alavanca de câmbio se desloca para a frente quando se engata a ré, e é na ponta dele que vou tentar adaptar um suporte com um botão qualquer. Hei de descrever essa adaptação num artigo específico 🙂

Por fim, ainda na parte elétrica quero fazer uma revisão do motor e dos braços do limpador de pára-brisas, e revisar o motor de partida, que às vezes parece muito preguiçoso (seriam escovas gastas?). Também preciso levar o Maveca para fazer alinhamento e balanceamento das rodas, e fazer um novo cabo do afogador — minha esperança para que fique mais fácil dar a partida no carro.

 

Peças e Gastos – primeira fase

Correia dentada – Goodyear 483LH088 – R$ 40,00

Bomba d'água – SKF VKPC 4570 – R$ 230,00

Platinado – R$ 8,00

Condensador – R$ 8,00

Velas – NGK BP6EFS – R$ 40,00

Jogo de juntas do carburador – Cortiris 103.387 GV – R$ 6,00

Agulha do carburador (Solex duplo) – R$ 10,00

Bóia do carburador – R$ 36,00

Válvula de máxima do carburador – R$ 10,00 

2 cilindros de roda do freio traseiro – R$ 80,00

2 jogos de reparos das pinças de freio dianteiras – Controil C-1501.6 – R$ 50,00

3 litros de fluido de freio – Bosch, Varga e Shell DOT 3 – R$ 40,00

Cilindro-mestre de freio – Bosch 2262124 / CM 2124 (de Opala 80 a 90) – R$190,00

Reservatório de fluido de freio de Opala – Bendix (ferro-velho) – R$ 10,00 

Cabo traseiro do freio de mão – Efrari FM384 (ref. original: BDSD.2A635.A) – R$ 106,00

Cabo dianteiro do freio de mão – Efrari FM383 – R$ 58,00

Cabo de abertura do capô – Efrari FM382 – R$ 48,00

Car 80 (solvente para limpeza de carburador) – R$ 10,00

Lixa d'água 150 – R$1,00

Tampa do radiador – TanClick TC-7006F – R$ 8,00

Extintor de incêndio – R$ 23,00

Suporte para extintor de incêndio – R$ 15,00 

Lâmpada para luz de ré – R$ 2,00

Lâmpada da luz de cortesia – Osram – R$ 2,00

Filtro de ar – o mesmo usado em vários modelos atuais da Fiat.

Filtro de óleo – o mesmo usado em vários modelos atuais.

Filtro de combustível – padrão

Óleo para o motor – Petrobras Alta Quilometragem

Mão-de-obra – R$ 250,00 

Meu Maverick GT!

Mavecão!
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A descoberta 

Foi em um dia de dezembro de 2006 que, na van que circula entre o estacionamento e a entrada principal da Câmara dos Deputados, ouvi a motorista, a dona Lenita (ou Nelita? Sinceramente, ainda não sei), tecer um comentário curioso com um outro passageiro:

    — Você lembra daquele Maverick do meu irmão? Ainda tá lá…

Opa. Um nome de carro antigo sempre me chama a atenção. Se me lembro bem, contive a curiosidade até o dia seguinte, quando a encontrei de novo, e perguntei sobre o carro. O irmão da dona Lenita (?) havia morrido fazia uns dois meses e as filhas estavam preparando o inventário. Claro que não me senti nem um pouco feliz com a história, mas enfim… Elas queriam sim vender o carro, que era, segundo ela (e também segundo todas as outras pessoas que ouvi), tratado como um filho pelo seu Geraldo, Deus o tenha. Ele fora o segundo dono do Maverick branco e preto, e morria de ciúme do carro, que agora estava parado e órfão em Rubiataba, interior de Goiás, a uns 300km de Brasília.

Logo peguei o telefone de uma das herdeiras e fiz contato para saber como estava o carro, qual era o ano, o modelo. O genro do seu Geraldo, também um amante de carros antigos e dono de um Fusca 1965, foi quem me deu as informações: era um Maverick GT de 4 cilindros, ano 1977, bem cuidado e andando. Qual o preço? Bem, foi avaliado em dez mil reais. Pedi fotos e o carro parecia bem conservado. Deixei claro que estava interessado, e tratei de pesquisar sobre o carro — algo que vou abordar daqui a alguns parágrafos.

O colega de trabalho Bruno Angrisano, até mais doente por carros do que eu, achou que o preço estava ótimo. Pensei em ir pegar o carro lá no interior brabo do Goiás. A família disse que iria trazer o carro, e que iria pedir ao advogado inventariante para conseguir logo a autorização judicial para venda do veículo. Para encurtar a história, entre vários e-mails e alguns telefonemas, as coisas acabaram se enrolando MUITO mais do que o previsto — advogado enrolado, casamento de uma herdeira, gravidez de outra, enfim. Só em maio ou junho de 2007 o carro foi trazido para Brasília e regularizado para a venda. O preço acertado acabou sendo elevado para R$ 10.500 paós a vistoria e transferência para os nomes das herdeiras. Como estava em um lugar bem distante de onde moro, achei melhor só ir ver o dito cujo já quando tudo estivesse pronto, e assim poderia, numa "viagem" só, ver o carro e fechar negócio.

Então, no dia 20 de julho de 2007, fui lá conhecer o Mavecão. Roncando em marcha lenta às 9h30, encostado no meio-fio. Confesso que fiquei um pouco decepcionado ao confrontar o que me haviam dito sobre o carro e o que eu estava vendo na minha frente — mas, leia-se, um pouco. Já esperava que um carro com 30 anos não estivesse absolutamente perfeito. Já sabia que os pneus precisariam de troca. Mas o carro estava com o freio de mão quebrado, uma dificuldade imensa para pegar — certamente com a bateria descarregada pela falta de uso –, alguns pontos de ferrugem ou pintura descascada. A alavanca para abrir o capô estava duríssima. A direção, puxando um pouco para o lado. Mas, de toda forma, simpatizei com o carrão. O interior estava muito sujo, mas relativamente bem conservado. Pensei comigo: vá lá, não é pouco dinheiro, mas até que o preço está bom, e não há nada que um banho de oficina não resolva. Na página seguinte desse artigo mostro, com algumas fotos, o estado original do carro. Fechei o negócio logo e trouxe o danado pra casa.

Agora, vamos a parênteses históricos.

O renegado

O Maverick é um dos poucos carros que são vistos como lendários por um bom número de pessoas no Brasil — onde prevalece a cultura de chamar carro antigo de "lata velha" e coisas do gênero. Não vou falar da história do modelo em si aqui — quem quiser saber, pode ver o artigo na Wikipedia, que inclusive aumentei e editei recentemente.

No entanto, o modelo que é realmente cultuado é o V8, com o famoso "motor canadense" (que na verdade poderia ser também americano ou mexicano). O Maverick que foi lançado com o motor de seis cilindros do Aero-Willys foi o vilão da história do carro — ruim, fraco e beberrão. Em 1975 a Ford inaugurou uma nova fábrica de motores e substituiu o motor de 6 cilindros por um bem moderno de 4 cilindros, com comando de válvulas no cabeçote e 2,3 litros de cilindrada. Um motor bem mais econômico e potente que o anterior.

Mas exatamente para 1977 a Ford resolveu lançar a versão esportiva do Maverick, o GT, também com esse motor que já equipava as outras versões. A pintura, o acabamento, tudo era igual ao do GT equipado com motor V8 — menos o desempenho, é claro. Tratava-se de um "esportivo de mentirinha". Esse motor fez as vendas do Maverick esportivo dispararem, recorde de produção neste ano. Mas é claro que os puristas não gostaram e muita gente reclamou, apesar de na época existirem pretensos "esportivos", como o SP2 e o Puma, montados com a limitadíssima mecânica do Fusca. O "GTzinho" era capaz de chegar a 155km/h e ir de 0 a 100km/h em 17,2s, segundo a revista Quatro Rodas.

Hoje, muitos anos depois do fim da produção do Maverick em 1979, o Maverick de 4 cilindros é solemente desprezado em relação ao "Vê-Oitão", principalmente entre aqueles que gostam do carro especialmente pelo seu ar de esportivão dos anos 70. O já citado colega Bruno Angrisano mesmo chama o dito cujo de "anêmico", "raquítico", e, adepto de tuning e outras modificações de gosto duvidoso (hehehe), insiste para que eu instale um V8 no bicho. Mas eu gosto mesmo é de carro original — e, na minha opinião, os renegados, como esse Maverick GT 4, são especialmente desejáveis em suas formas mais naturais.

A missão

Bem, logo nos primeiros momentos com o carro eu já percebi que para deixar o Mavecão tinindo vou precisar de tempo e de algum dinheiro. É um projeto para alguns meses, que pretendo detalhar aqui, mais ou menos como num blog — e quem quiser contribuir com doações ou descontos será devidamente reconhecido, mencionado e creditado nestas páginas. Para fins de organização, dividi por etapas a lista de coisas a fazer:

Fase 1: O carro tem que andar direito – O mais importante de tudo é ter um mínimo de segurança. Embora o Maverick esteja andando, há algumas coisas que precisam ser reparadas com urgência, talvez até mesmo antes da vistoria de transferência dos documentos. A primeira coisa: comprar dois pneus novos, 195/70 aro 14, porque os traseiros estão em estado final. Os dianteiros estão semi-novos, e vou passá-los para a traseira — aliás, tenho que lembrar de calibrar o estepe. Parar o carro está exigindo uma certa força no pé e presumo que haja algo de errado com o sistema de hidrovácuo — por isso, é preciso verificar o sistema de freio. Aliás, o freio de mão não está funcionando e precisa ser consertado, e também é bom consertar o afogador, que está travado. Também é preciso trocar as velas e os filtros de ar e óleo, e verificar o estado do distribuidor, das correias dentada e do alternador, coisas que, com a troca de óleo do motor, do câmbio e do diferencial, são passos básicos e recomendáveis sempre que se compra qualquer carro usado. Como nos velhos tempos, é preciso limpar e regular o carburador, assim como regular a ignição, que ao que parece ainda é feita por platinado. Preciso renovar o extintor de incêndio e instalar um suporte para ele dentro do carro, porque hoje ele está é solto no porta-malas. Embora possa comprometer a originalidade, quero instalar cintos de segurança de três pontos auto-retráteis, que na época do carro eram raros: ele só vem com os cintos sub-abdominais, que não impedem ninguém de ir com a cara ao volante. O motor do limpador de pára-brisas precisa de verificação, porque está funcionando muito lentamente — pode ser sujeira e falta de lubrificação. Descobri que pode ser preciso trocar o cabo do acelerador quando, em uma voltinha já perto de casa, o acelerador ficou solto, e então notei um gato daqueles, o cabo amarrado com arame e uma arruela ao pedal… Finalmente, é bom consertar logo o medidor de combustível, cujo ponteiro está travado no meio. 

Fase 2: Ordem na casa! – Alguns reparos são altamente convenientes mas não tão emergenciais. É o caso, por exemplo, da alavanca de abertura do capô solta no painel e muito dura. O principal diferencial do GT em termos de equipamentos em comparação com os outros Maverick, o conta-giros está parado, e deve ser um problema elétrico. Aliás, a fiação sob o painel tem que ser organizada, porque está parecendo um ninho de rato. Quero, assim que possível, eliminar um sistema de alarme com senha que só está enfeiando o painel, bem como um aparentemente encaixe para aparelho de som sob o painel. Os relês de seta que fazem o clic-clic precisam ser trocados ou limpos, porque estão quase inaudíveis, e as luzes indicativas das setas também precisam ser revisadas, porque elas nem sempre acendem — e como a seta não está retornando sozinha, isso é um incômodo e perigo para os outros motoristas. Aliás, incrivelmente, o carro pega sem chave e não tem trava do volante! Basta girar o local onde se coloca a chave e ele pega, e isso tem que ser modificado para evitar um roubo. A propósito, quero arranjar um volante original do GT, porque o atual é menor, atrapalha a visibilidade do painel e não tem a buzina, que, sei lá por quê, é acionada por um botão no console central. O velocímetro está bobo, com o ponteiro tremendo em torno da velocidade correta, o que revela um problema no cabo. O botão de acionamento e a lâmpada do sistema de iluminação interna precisam ser trocados, e preciso verificar o motor do ventilador, que não está funcionando. Uma cordinha safada faz as vezes do suporte de fixação da bateria, e esta talvez precise ser trocada, aparentemente por ter ficado o carro muito tempo parado.

Fase 3: Agora sim a perfumaria! – Talvez seja essa a fase mais divertida.. e também mais cara. É preciso eliminar e pintar os pontos de ferrugem ou descascados. Há alguns trincados na lataria e é preciso fazer funilaria do bico do capô por dentro, do assoalho do porta-malas e de alguns pontos do cofre do motor. Inclusive o próprio motor precisa de pintura, pois sua tinta azul está bem corroída. É preciso ainda repintar as faixas pretas do capô e das laterais, e corrigir o estranhamente absurdo adesivo (ou pintura) nas laterais que diz "3.2 OHC", quando deveria dizer "2.3 OHC". Aliás, o capô não parece estar perfeitamente alinhado com os pára-lamas, o que parece impedir que ele feche corretamente. Acredito que um polimento geral deve reavivar a pintura branca original. Por fim, trocar a bola de câmbio e o revestimento dos bancos, por um mais duro, de plástico preto, como o original, ou de corvim ou couro preto, quem sabe.

{mospagebreak title=O estado original} 

Não foi muito difícil perceber que o seu Geraldo até podia mesmo ter ciúme e carinho de pai com o Maverick, mas no fundo não gostava muito de gastar dinheiro com ele. Em seu estado original, o carro até estava relativamente bem conservado, bastante original e com ótima estrutura para um carro de 30 anos, mas veio com a pintura mostrando marcas do tempo e a mecânica, bem, com alguns gatos e problemas preocupantes. As poucas fotos que a minha câmera digital já idosa (e beberrona de pilhas) me permitiu fazer podem exemplificar o que estou dizendo. Seria legal sim poder clicar nas fotos e vê-las em tamanho maior, mas o sistema de gerenciamento do site, nesta versão que uso, ainda não permite isso. Quando for possível, farei a mudança.

Pintura do capô  Podem falar o que quiserem da tinta branca em carros, mas ela é a que menos mostra arranhões e queimaduras de sol, entre outras vantagens. É o inverso da tinta preta — que, como eu já sabia, no capô do Mavecão estava manchada e com falhas. As faixas pretas eram adotadas pela Ford nos seus modelos esportivos no Brasil desde o Corcel GT. Já era meio brega na época, mas hoje dá um grande "ar de anos 70" no carango. As listas pretas que circundam essa área escura estão desgastadas, e a pintura também preta do interior das falsas tomadas de ar está muito desbotada.
Ao que parece, as listas pretas das laterais já foram retocadas nesse carro. Inclusive, parecem ter sido pintadas na carroceria — já li em algum lugar que originalmente elas eram reles adesivos. Um sinal bem evidente disso é a inscrição "Maverick GT" com letras diferentes das originais e até mal desenhadas. Mas não vou mexer nisso — bom, pelo menos isso não está entre as minhas prioridades. Nas portas essa pintura preta também mostra algumas manchas do tempo. Logotipo da cauda
 3.2 OHC?? Outro fortíssimo indício de repintura das faixas na lateral: a inscrição errada da cilindrada do motor, que é 2.3, e não 3.2. Note, ainda, os logotipos do V8 instalados aí só pra "fazer bonito". Acho que vou tirar eles daí.
O motor pintado, como eram os motores do Opala e outros carros até os anos 70, não apresenta sinais de vazamentos, mas tem pontos de corrosão na tampa do cabeçote e na caixa do filtro de ar. Veio bastante desregulado, com baixa potência, "espirrando" e engasgando, exigindo pé no fundo pra uma reles saída em primeira marcha. A causa pode ser acúmulo de sujeira por ter ficado muito tempo parado, além de uma aparente desregulagem no avanço ou "ponto" da ignição. A bateria está amarrada com uma corda, pois o apoio superior do suporte dela parece não existir mais. No cofre do motor, há pontos em que a pintura está descascada. Na dobradiça do capô que fica no pára-lamas esquerdo há um ponto de solda — cicatriz de uma batida ou simplesmente da própria soltura da dobradiça. O motor
Ferrugem no capô O lugar onde a ferrugem atacou mais gravemente este Maverick foi a parte de dentro do capô, bem na ponta, não por acaso perto de onde fica a tampa do radiador. Aqui, imagino, só lixando e enchendo de massa plástica mesmo.
A pintura se desgastou e abriu caminho para uma leve oxidação na porta do motorista, exatamente no ponto onde o motorista costuma apoiar o braço. Mas note que o forro, o suporte de braço e a maçaneta estão bem conservados e aparentemente são originais. As janelas sobem e descem com facilidade. As duas portas são pesadas e exigem força para abrir ou fechar, principalmente a do lado do passageiro, que parece estar levemente desalinhada e "pegando" em algum lugar. Interior da porta

Interior

O interior original

  Esse é o interior e um pouco do painel do Maverick. Note o volante e o estofamento diferentes dos originais (da outra foto, tirada de uma revista Quatro Rodas de 1977). Um bocado de poeira, sim, mas a almofada do painel está em ótimo estado, os logotipos e instrumentos estão todos aí, a pintura do painel está muito boa, o relógio funciona e os cromadinhos de plástico do console estão inteiros, apesar de estarem descascando em alguns pontos (espero que haja algum tipo de recuperação possível e barata para eles). O câmbio é estranho: essa bola não é a original, parece ser colada (e não simplesmente rosqueada), e a alavanca foi bastante encurtada, a ponto de deixar o câmbio duro e seco como de um carro de corridas, e de às vezes me obrigar a tirar as costas do banco para passar as marchas. A coifa da alavanca também parece molenga demais. O que incomoda deveras no painel é um estranho sistema de alarme com senha, ao lado do volante, que sequer funciona. O rádio dessa foto é só uma tampa, na verdade.
Em detalhe, o ninho de cobra que a fiação elétrica faz embaixo do painel, piorada pelo sistema de alarme e por uma espécie de encaixe para um aparelho de som. Os relés Motorcraft redondinhos de aluminio, aparentemente originais, fazem o clic-clic da seta, mas o som está muito baixo, quase inaudível. Fios embolados sob o painel
Porta-malas O porta-malas não está forrado e está bastante sujo — além de um possível passado de trabalhador, também há um pequeno furo na caixa do pára-lamas traseiro esquerdo. Ele parece um pouco amassado para baixo no lado direito e a pintura está toda craquelenta, além de ter uns pontos sem tinta e outros com ferrugem, principalmente junto aos pára-lamas. Note que a roda do estepe é de Opala. Para não dizer que não falei de flores: um fiscal do Detran que fez a vistoria me informou que as placas de borracha horrivelmente colocadas por baixo da tinta do porta-malas são originais da época.
Detesto adesivos. Ainda mais quando são desses ridículos. Esse dançou logo no segundo dia. Outro, aquele maldito "97" que o Detran inventou naquele ano, também dançou. Mas ainda não consegui tirar um do vidro traseiro, que está muito colado. Adesivo no para-brisas

Com spoiler dianteiro

Sem o spoiler dianteiro

O carro veio com um aerofólio dianteiro, que na minha opinião é a chamada "piãozice" e desfigura aquele belo "perfil de tubarão" que o Maverick tem. Tirei logo. Por baixo, como revela a outra foto, há um pouco de corrosão, muita sujeira, e a parte de baixo do painel frontal foi — acidental ou propositalmente — levemente empurrada para baixo, ficando mais inclinada do que o original. Isso será resolvido na fase de lanternagem. Perceba que a ponta do capô não está fechando direito: os pára-lamas parecem estar mais para dentro do carro do que deveriam, e na ponta eles e o capô se sobrepõem.

Bar – Mont Sion

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Mont Sion

Categoria: Bar

Localização: 210 Norte

Data da visita: junho de 2006.

Preços de referência: Caipirosca a R$ 4,90. Garrafa de Skol a R$ 3,20. O Frango com Bacon a R$ 11,00 é uma grande pedida com ótima relação custo-benefício: uma porção bem servida de cubinhos de frango enrolados em fatias de bacon, espetados em palitinhos.

Freqüência: Em algum momento da noite ele fica cheio. O público é basicamente pós-adolescente, galerinha de 17 a 25, mais ou menos. Mas as exceções não ficam desconfortáveis. Ei, peraí, eu ainda não cheguei à idade de exceção.

Atendimento: Muito bom. Os garçons são legais e os pedidos chegam muito rapidamente.

Observações: Como é um boteco cheio e algumas coisas são meio que "feitas em série", a qualidade da caipirosca pode variar um bocadinho — culpa do limão que já fica cortado previamente e tende a oxidar um pouco. Estacionar aqui pode ser muito complicado, mesmo nas quadras residenciais em volta.

Bar – Marujo

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Marujo

Categoria: Bar

Localização: 305 Sul

Data da visita: junho de 2006.

Preços de referência: Caipirosca a R$ 5,20, caipifruta a 6,90, garrafa de Skol a R$ 3,20.

Freqüência: Meio vazio, mas nunca entregue às moscas. Muitos casaizinhos, de várias faixas etárias. Alguns grupos de amigos com pinta de que foram lá exatamente para fugir da badalação; portanto, não vá pra lá com esperança de paquerar alguém.

Atendimento: bom. Mas às vezes parece que os garços dão uma sumida.

Observações: Não espere se divertir com a música ambiente, a não ser que você também goste de rap. Procure estacionar na quadra residencial logo ao lado, porque vagas nessa rua são raras.

Bar – Bexiga

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Bexiga

Categoria: Bar

Localização: 405 Sul (Rua dos Restaurantes)

Data da visita: Sexta-feira, 07 de julho de 2006.

Preços de referência: Caipifruta (vodka e uva, abacaxi e uma mistureba chamada "tropical") a R$ 6,90. Porção de 9 pastéis médios com cheddar e tomate seco por R$ 11,90.

Freqüência: Grande mistura de idades, com predominância para a turma dos 18 a 30. Pessoas costumam ir em rodinhas de amigos. Pra quem está na azaração, pode ser uma boa. 

Atendimento: Bom. Os garços, numerosos, costumam ser rápidos. Mais até do que a cozinha e o barman.

Observações: Vale reiterar: em qualquer horário é complicado achar um lugar pra estacionar. Uma dica é nem passar pela rua do dito cujo e estacionar na quadra residencial da 405 Sul — o que exige entrar pela 404 Sul, porque a passagem da comercial para a residencial é fechada. Às vezes é difícil achar lugar pra sentar porque muitos grandes grupos fazem reserva de mesas.

Consumidor, um enganado

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Bem disse, certa feita, o colega de jornalismo Felipe Campbell: só tem esperto no mundo porque também tem otário. A frase voltou à mente numa busca vã por um estabilizador de voltagem — aquele “transformador” no qual se liga o computador de casa — em CINCO estabelecimentos comerciais: dois hipermercados Extra, dois hipermercados Carrefour, e a Loja CTIS, uma das maiores entre as especializadas em informática de Brasília.

Com o título de “estabilizador de voltagem”, pôde-se encontrar alguns produtos, sim. Com o preço dentro do esperado por quem já comprou estabilizadores algumas vezes nos últimos dez anos — algo oscilando em torno dos R$ 50,00. Mas a surpresa vem em letras miúdas nas caixas. A capacidade de uso dos estabilizadores de voltagem — isto é, a potência total dos equipamentos que se pode ligar em um estabilizador — é tradicionalmente medida em volt-ampère (VA), que podem aproximadamente ser convertidos para watts (a medida mais usada para consumo de energia) multiplicando-se por 100. Estabilizador de voltagem que se preze SEMPRE teve capacidade de 0,8 ou de 1 kVA, isto é, 1000W, o que dá para ligar com tranqüilidade a CPU, o monitor, o amplificador das caixas de som e a impressora.

Acontece que, pelo preço que se praticava anteriormente, os estabilizadores comuns, mais simples, tiveram sua capacidade reduzida a menos da metade do que era padrão há um ano ou pouco mais que isso — apenas 0,3kVA, ou 300W! Tão surpreendente quanto a redução em si, é ver que não foram só empresinhas ching-ling que fizeram isso, não. Até mesmo marcas como SMS e Microsol, brasileiras, renomadas e com anos de tradição no setor, também aderiram à moda. Isso numa atualidade em que os processadores dos micros, cada vez mais velozes apesar das limitações do silício, consomem também cada vez mais energia e exigem, só para a unidade central (CPU), fontes com capacidade de 400W ou mais. Fora os monitores, a maioria deles ainda com tubo de raios catódicos de alto consumo; os sistemas de som com até 7 caixinhas, do tipo “home theater”; os cada vez mais comuns modems ADSL e hubs de rede, que precisam ficar ligados o tempo todo no estabilizador; e mais uma série de equipamentos.

Não é nada difícil perceber que esse roubo da capacidade dos estabilizadores não vai dar certo — para o usuário, o consumidor, é a alta probabilidade de ter que comprar outro estabilizador num prazo de três meses ou até menos. Mas alguém percebeu esse roubo? Notoriamente desinformado, tanto sobre tecnologia quanto sobre seus direitos, o brasileiro é enganado várias vezes, e essa é mais uma delas. Dizem as caixinhas dos novos estabilizadores que eles são capazes de suportar a ligação de um micro, um monitor e uma impressora jato de tinta. Uma definição genérica que não leva em conta a multiplicidade de configurações de micros, mesmo entre os mais baratos do mercado.

Ah, sim, pode-se encontrar, ainda, alguns poucos estabilizadores que mantém as “velhas” potências de 0,8 ou de 1 kVA. Só que agora o mais barato deles está na casa de R$ 150,00 — três vezes mais caro que o novo modelo básico, mas não três vezes mais potente. Quem não tem o menor conhecimento jurídico já pode, com essas informações, dizer no mínimo que se trata de imensa cara de pau. Desfaçatez e irresponsabilidade, diriam aqueles com um pouco mais de esclarecimento. A redução de custos, para os fabricantes, é óbvia, mas não é tão certa a razão para que quase todos eles tenham adotado a potência de 0,3kVA — seria pela adoção de transformadores baratos feitos em larga escala na China, ao custo do emprego de brasileiros? Seria um acordo convencionado entre os engenheiros ou entre os diretores comerciais? E os preços, tão semelhantes, seria por acaso também?? Então, um consumidor mais atento e mais informado pode desconfiar que há sinais de formação de cartel, ou a existência de algum monopólio entre os fornecedores de componentes, além da violação aos direitos do consumidor.

Aí alguns podem perguntar, com relativa razão: e daí? Para a fiscalização, pode ser dada a interpretação da lei de que basta haver letrinhas miúdas nas embalagens, informando a nova potência, e o consumidor compra assim mesmo só se quiser. Seria correto se não houvesse, na verdade, uma completa falta de opção — a não ser que ele queira pagar três vezes mais para ter o produto que, até recentemente, tinha o mesmo preço.

Eu prometo que vou tomar providências contra isso. Assim que tiver novidades, escrevo aqui.

 

A mutreta do DVD

Não é a primeira vez que me indigno com a completa e absurda desregulação do mercado de eletrônicos brasileiros, às custas da ignorância tecnológica do consumidor médio. Uma descoberta estarrecedora que tive há cerca de dois anos foi o completo desrespeito à lei brasileira por parte de fabricantes e vendedores de aparelhos de DVD.

Acontece que a lei é bastante clara ao dizer que, no mercado nacional, só podem ser vendidos que atendam às especificações técnicas e padrões definidos no Brasil, principalmente pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Acontece, também, que o Brasil, ainda no fim dos anos 60, escolheu um exótico sistema de televisão colorida chamado PAL-M — uma mistura do sistema de modulação de cores PAL, criado pela alemã AEG-Telefunken, com a freqüência de varredura de 60Hz do modelo americano NTSC. De tão exótico e tardio, o sistema PAL-M, apesar de ter significativas vantagens tecnológicas em relação aos antecessores, só foi adotado no Brasil e no Laos.

Pois bem. A chamada globalização fez com que as grandes marcas de eletrônicos se dedicassem a fazer produtos que pudessem ser exportados para o máximo de países possível, sem modificações. Daí que, de uns cinco anos para cá, a maioria dos televisores vendidos no Brasil são na realidade feitos para serem vendidos em toda a América — e, por isso, funcionam simultaneamente nos sistemas PAL-M, PAL-N (adotado nos outros países latino-americanos) e o americano NTSC. Até aí, nada de errado. Mas os aparelhos de DVD não receberam as devidas adaptações em respeito do consumidor brasileiro. Quase todos foram feitos para os mercados europeu e americano, funcionando apenas em NTSC e no sistema alemão original PAL, ambos incompatíveis com o PAL-M.

Na prática? Tente ligar um aparelho de DVD numa televisão mais antiga. Você terá uma nada aprazível imagem em preto e branco. Já ouvi relatos de pessoas que fizeram isso e acharam muito estranho. Mas o brasileiro médio, acomodado como sempre, simplesmente acha estranho, reclama da televisão velha, e até coça o bolso para comprar uma nova — ah, que maravilha, ficou colorido, olha só que jóia esse telão!! Aí é claro que funciona — afinal, os televisores novos também funcionam em NTSC, e assim o sistema PAL-M, oficialmente estabelecido e decretado no Brasil, está sendo substituído, na surdina, pelo padrão americano — para a alegria dos grandes fabricantes, que não mais precisam se preocupar em fazer produtos específicos para o Brasil. Ah, sim, claro, também para o Laos.

O consumidor tem o direito de exigir, no mínimo, que lhe seja dado, de graça, um conversor de NTSC para PAL-M — um aparelho que custa cerca de R$ 300,00. Tanto faz se a bronca vai para o fabricante ou se vai para a loja onde foi feita a compra — ambos têm responsabilidade igual e conjunta, segundo a lei. Eu fiz isso, no Carrefour, e consegui, depois de duas horas e meia explicando aos vendedores e gerentes o que era NTSC e PAL-M. Eu me pergunto quantas das autoridades de órgãos de fiscalização e governo, como Procons, Delgacias do Consumidor, ou mesmo do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio, sabem as diferenças entre os sistemas existentes. E, se souberem, quantas denúncias eles receberam, até agora, de que havia algo de errado nos DVDs vendidos no Brasil. Se não deixarmos de fazer o papel de otários, sempre vai haver espertinhos querendo levar a gente no bico.

A burra mordaça virtual

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Quem usa a internet, ou particularmente o Orkut, sabe que na rede tem de tudo um pouco. Doido pra tudo. Há muito tempo surgem reclamações sobre comunidades e sites que promovem a pedofilia, o racismo, o nazismo, e até atividades criminais que envolveriam o agora badalado PCC de São Paulo. Recentemente, o Ministério Público Federal começou a atacar especialmente o Orkut por conta de comunidades que tratam de assuntos polêmicos e condenáveis, e mais recentemente ainda passou a receber o forte apoio político da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo deputado Luís Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Eu, assim como qualquer pessoa com um mínimo de noção, jamais levantaria bandeira pela promoção de pedofilia, racismo, PCC e tudo de podre que realmente podemos encontrar pela Internet com a maior facilidade. No entanto, essa agressiva ação de autoridades governamentais sobre um meio de comunicação me parece algo muito preocupante. Principalmente depois que li em algum site de notícias que o deputado Greenhalgh conseguira fazer o Orkut tirar do ar umas comunidades com títulos realmente ameaçadores e agressivos, mas ligados à crítica política — o nome das comunidades me falta agora, mas eram como "Vamos explodir o Congresso", "Morte a Lula" e outras.

A meu ver, o deputado Greenhalgh (ou seus assessores. Sabemos bem que muito do que sai da boca de parlamentares são palavras de assessores e consultores) e o Ministério Público Federal estão a um passo do que se pode chamar de tirania, autoritarismo, opressão, censura, ditadura e tudo mais que, curiosamente, parecia tão combatido pelos atuais governantes. As autoridades citadas parecem estarrecidas diante do novo — no caso, a liberdade de expressão, democraticamente descontrolada, que a internet permitiu, até com respaldo da Constituição brasileira, que garante a liberdade de expressão, de opinião e de reunião a todos.

Esse excesso de liberdade, indomável e insubordinado, parece desagradar muito quem vem detendo o poder pelas últimas décadas, e parece ser mais fácil oprimir essa liberdade do que se adaptar a ela. Daí a crítica. Essa movimentação das autoridades brasileiras faz par com a insanidade das autoridades norte-americanas, incitadas pela Associação Americana de Indústrias de Gravação (RIAA), contra a troca de músicas em formato MP3 pela internet. Lá, prenderam crianças, processaram programadores que criaram sistemas de troca de arquivos pela rede mundial, criaram leis estapafúrdias que chegam a tolher o direito de informação das pessoas — enfim, uma série de disparates que mereceriam outro artigo.

Tomar o Orkut e sua empresa controladora, o Google, como os causadores ou os ícones da pouca-vergonha e dos abusos que existem na internet, é no mínimo uma ingenuidade idiota dos procuradores e deputados brasileiros. Desde o seu início, a internet tem como uma de suas principais atividades a troca de mensagens e arquivos entre grupos de usuários. Muito antes de Orkut, havia (e ainda há) os newsgroups da Usenet, para trocas de e-mail. Depois vieram Yahoo Groups, eGroups, entre outros. Em todos eles, poder-se-ia, e ainda se pode, encontrar receitas para bombas, truques para hackear sistemas, tarados comedores de criancinhas (e também criancinhas nada santinhas se oferecendo como num mercado). Se para as autoridades a principal culpa por essa disseminação de cultura ruim é a existência do veículo e dos serviços que permitem a circulação dessas informações, então não é de se duvidar que daqui a pouco vão querer pedir na Justiça o fechamento da internet inteira!

Mais profundamente ainda, é preciso que as autoridades aprendam a distingüir a informação da execução, uma discussão filosófica que tomou dimensões bem maiores nos últimos anos com coisas como internet e Software Livre. A existência da informação não é crime, nem a sua publicação, nem sua disseminação — e isso tudo é por natureza incontrolável. É o efetivo uso ou o produto da informação que podem torná-la algo temível e justificavelmente digno de opressão. Mas jamais a informação em si, e muito menos a opinião. É patético que as autoridades tirem do ar uma comunidade do Orkut simplesmente porque ela se chama "Vamos explodir o Congresso". Querer processar o Orkut ou qualquer provedor de hospedagem da internet devido ao conteúdo que seus usuários dizem ou publicam é ridículo. Mais do que ingênuo e burro, é tirano e reacionário querer abafar e tirar do ar qualquer tipo de informação, mesmo que seja um site que explique como funciona e como pode ser quebrado o sistema de proteção anticópia de um CD musical, ou um site que tenha receita de bombas caseiras. Com ou sem site, essa informação vai continuar existindo e se expandindo.

Num paralelo não muito distante, devemos lembrar que, com poucos acréscimos, o domínio da tecnologia para produzir energia elétrica a partir de materiais radioativos também pode ser usada para construir bombas atômicas. O conhecimento e treinamento de um esportista praticante de tiro ao alvo seria mais que suficiente para que ele se tornasse um exímio assassino — e nem por isso ele se torna um. Como dizia Mao Tse Tung, e como repetia sempre o professor e jornalista Carlos Chagas, numa folha de papel cabe de tudo, desde uma declaração de guerra até o mais lindo poema. Com isto tudo em mente, é bastante claro que não se pode tentar evitar o mau uso do conhecimento proibindo-se a mineração de urânio, a fabricação de armas ou a produção de papel; e nem se pode sair prendendo os físicos, os atiradores esportivos e os escritores para que eles não saiam aprontando por aí — assim como não se pode ameaçar os veículos, provedores e usuários da internet pela simples exposição de seus conhecimentos e opiniões.

O Ministério Público Federal chegou a ameaçar judicialmente o Google e o Orkut, sob a alegação de "falta de cooperação", e obrigou a "quebra de sigilo" das informações dos usuários que criaram algumas das comunidades com conteúdo alegadamente criminoso. Até esta medida, apesar de ser mais compreensível, é também questionável. Porque a privacidade é um dos pilares da Constituição brasileira, e o próprio contrato de licença do Orkut, e de vários outros sites que têm usuários cadastrados, garante aos usuários o sigilo de seus dados pessoais. E, afinal, os procuradores querem essas informações pra quê? Se, por exemplo, elas permitirem que se chegue a um sujeito que, segundo investigações, gerencia uma rede de aliciamento de menores para prostituição; ou se chegar a um neonazista que lidera uma gangue especializada em espancar judeus nas portas das sinagogas de São Paulo, ótimo, a quebra de sigilo valeu a pena. Mas, caso não haja tais suspeitas, qual é o crime que a pessoa violada cometeu? Mesmo que o dito usuário tenha uma estranha e repulsiva atração sexual por crianças, isto não constitui crime — assim como não é crime o físico saber como fabricar uma bomba nuclear, e também não é crime uma pessoa se declarar simpatizante do nazismo, por mais maluco que isso possa parecer. "Incitação ao crime", poderiam argumentar os poderosos. Sem subestimar o caráter condenável e o caráter ideológico de uma coisa e outra, é maior "incitação ao crime" trocar fotos e informações por email do que promover a invasão de fazendas particulares à bala, como faz o MST, que aliás já foi defendido em juízo pelo advogado e deputado Greenhalgh?

O Direito é bem claro no conceito de que não existe crime sem ato, assim como a própria existência de dolo, por si só, não constitui crime. Verdadeiros crimes, muito maiores, são a violação desnecessária do sigilo de uma pessoa, o cerceamento à liberdade de informação e opinião, a opressão do livre arbítrio do indivíduo, tudo em prol de uma paranóia politicamente correta. A informação em si é e deve ser sempre livre; tão livre como uma pessoa que assume riscos e responsabilidades ao optar por se comportar corretamente ou por se tornar um criminoso, pedófilo, pecador, viciado ou qualquer coisa do tipo. As autoridades deveriam se ocupar de descobrir e condenar quem realmente age errado, e não quem apenas troca informações sobre coisas que possam ser consideradas erradas, e muito menos aqueles que, como o Orkut e a própria internet inteira, apenas fornecem meios para que informações sejam trocadas.

O passo a passo de uma obra

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Passos iniciais e fundação

Uma fundação mal feita, e babau — você terá uma casa com rachaduras, incapaz de suportar uma reforma que envolva a construção de um andar superior, ou até mesmo problemas estruturais graves que podem efetivamente condenar a casa. Por isso, não tente fazer economia impensada nesta fase. Os primeiros passos serão simplesmente fundamentais para o restante da obra.

  • Depois de limpar o terreno (medida número um), veja se é preciso corrigir desníveis com aterro. Lembre-se de manter o terreno, sempre que possível, acima do nível da rua, para evitar que a água das chuvas entre nele e inunde sua futura casa! Além de jogar a terra, é preciso compactá-la muito bem. Muitas vezes o pessoal que vende aterro trabalha em conjunto com alguém que tem um rolo compressor.
  • Instalar o ponto de luz, isto é, a “casinha” onde fica o relógio medidor de consumo e o disjuntor principal da casa. Não é algo exatamente barato, principalmente por conta dos fios e da ligação que deve ser feita ao poste da rua. A lista de materiais exigidos, fora os óbvios tijolo/areia lavada/cimento, normalmente pode ser encontrada no site da companhia de eletricidade do estado. Aproveite a visita à loja de materiais elétricos e compre, além dos materiais exigidos para a casinha, também um disjuntor tripolar, fita isolante e cabo, de pelo menos 10mm, dividido em três pedaços equivalentes à metade do comprimento do terreno. Esse material extra será necessário, depois, para ligar equipamentos como betoneira, compactador, perfuratriz de sondagem ou de fundação, etc.
  • Contratar uma empresa especializada em sondagens de terreno é fundamental. Na verdade, isso já deve ter sido feito antes mesmo da fase de projeto da casa, mas se você comprou um terreno novo e quer aproveitar um projeto que já estava pronto, pode ser preciso redesenhar o projeto de fundação. É uma empresa assim que pode descobrir as características do terreno, e o laudo de sondagem é a informação básica para que o engenheiro calculista defina o tipo de fundação mais adequado. O custo de uma sondagem é de aproximadamente R$ 800,00 (valores de 2006, em Brasília), o que não é exatamente barato, mas que vale muito a pena se considerarmos os riscos de uma fundação mal feita.
  • Sabendo-se o tipo de fundação que será utilizado, é preciso pegar, com o engenheiro calculista, o engenheiro RT ou o mestre de obra, os quantitativos dos materiais que serão utilizados, e comprá-los — basicamente, areia lavada, cimento, brita e ferros de diferentes medidas. Normalmente, pela quantidade baixa, não é vantajoso comprar concreto usinado (pronto). Por isso, pode ser necessário também alugar uma betoneira para misturar o concreto.
  • Caso a fundação definida pelo projeto seja de estacas com mais de 3m de profundidade, ou de estacas Strauss (usadas quando é preciso passar do lençol d´água), é preciso contratar uma empresa com o equipamento para a furação. Pode ser que a mesma empresa que fez a sondagem também faça esse tipo de serviço.
  • Definir com o mestre de obra como fazer o barracão, que será usado para guardar o material para o início da obra. Muitas vezes os mestres de obra já têm o material para fazer um barracão simples, mas pode ser preciso comprar chapas de madeirite, telhas de fibra, pregos, duas ou três dobradiças para a porta, e uma corrente com cadeado para fechá-la. NUNCA se pode deixar saco de cimento em contato direto com o chão!

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Baldrame (vigas de piso)

Baldrame, alicerce, chame como quiser — trata-se do “pé” da casa. Lembrando que “vigas” são iguais às colunas, só que ficam na horizontal, o baldrame é o conjunto de vigas interligadas que se sustenta sobre a fundação. A maior atenção que se deve ter nessa fase e na próxima (a construção do contrapiso) é com a impermeabilização, para evitar que as futuras paredes tenham aquele nada simpático tom verdinho que tanto desagrada os alérgicos.

  • Compre os tijolos que serão usados nas paredes. O engenheiro e o mestre de obra podem indicar quais são os tijolos mais adequados — nem sempre o melhor é o tijolo furado de 20x20x10cm, o mais comum e barato. Isso porque as colunas e vigas devem ter, segundo as normas atuais de engenharia, 12cm de espessura. A diferença na espessura dos tijolos e das vigas significa que você vai gastar mais madeira para fazer as formas das colunas, porque elas precisarão ter um “dente” de 1cm de cada lado da parede, e depois esse centímetro de desnível nas paredes terá que ser compensado com reboco, que é bem caro. Pode ser vantajoso comprar tijolos de 12cm de largura, mas eles são mais caros e bem mais difíceis de encontrar, o que significa a necessidade de encomendar com 20 ou 30 dias de antecedência.
  • Marcar, ainda na planta, onde ficarão as esperas de água, esgoto (inclusive os tubos de respiro, que devem subir até o telhado e são necessários para evitar mal cheiro nos banheiros), telefone, TV e energia, que precisam passar pelas vigas e colunas. Não é nada recomendável quebrar uma viga ou coluna já construída para passar canos por dentro delas, porque isso afeta e muito a estrutura. Momento para pensar longe: é preciso definir logo se as pias de cada banheiro desse piso serão de coluna ou bancada. Isso porque é preciso deixar a espera de esgoto para a pia de acordo com o modelo: para coluna, a saída pode ficar no chão, próxima à parede, seguindo direto para o ralo sifonado; enquanto a pia de bancada exige saída na própria parede, onde será encaixado o sifão do ralo, e a respectiva tubulação passando pela parede e pela viga inferior.

  • Comprar os ferros para as vigas e também para, pelo menos, a metade de cada coluna. Isso porque a ferragem das colunas já é amarrada e concretada nas vigas, cabendo ao pessoal, depois, apenas amarrar mais ferros para subir as colunas até a altura do teto. Também é preciso comprar, geralmente, cimento, areia lavada, Vedalit para impermeabilizar, tábuas de diversas medidas para as formas de vigas e colunas, arame recozido, linha, prego 17×27, lápis de carpinteiro, trenas e esquadro.

  • Comprar também, ou arranjar de algum lugar, alguns pedaços de canos que poderão ser colocados como esperas para a tubulação e os conduítes. Pode-se usar somente canos de esgoto, que são mais baratos, para que os canos de água fria e quente passem por dentro deles; ou pode-se já de cara comprar canos na mesma medida e especificação dos que serão utilizados — nesse caso, será preciso ligá-los ao resto do encanamento usando luvas, que serão tratadas posteriormente.

  • Conferir e discutir com o mestre de obra os níveis da casa em cada cômodo. Quando há diferença de nível, é preciso redobrar a atenção para a existência de vigas que ficam em níveis diferentes.

  • Antes de concretar, conferir as esperas das ferragens para a construção das colunas.

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Contrapiso

O contrapiso é a primeira camada de concreto que se lança sobre a terra nua para formar aquilo que depois chamamos de piso. Não é preciso que seja muito grosso, ou de concreto muito forte, e também não precisa ser absolutamente lisinho e nivelado. Nesta etapa é preciso observar bem o que o projeto define como tubulação subterrânea e tomar os devidos cuidados para impermeabilização. Esta etapa é bem rápida, coisa de três dias mais ou menos.

  • Comprar toda a tubulação de esgoto que corre pelo piso: ralos, caixas sifonadas, caixas de gordura, tubos, joelhos, luvas, tampas para caixas de inspeção, etc), com alguns caps de diferentes medidas. Esses caps são peças no mesmo material dos canos, que servem para tampá-los durante a obra. Isso é importantíssimo para evitar que caiam concreto e outras sujeiras nos canos, o que comprometeria MUITO as saídas de esgoto e causaria entupimentos constantes. Também é preciso comprar algum material de eletricidade: conduítes (mangueiras corrugadas ou eletrodutos) para as fiações, já em quantidade suficiente para as fases de alvenaria e reboco; fita isolante para amarrar os conduítes; e o material necessário para fazer o sistema de aterramento elétrico da casa, fundamental para evitar que raios queimem sua geladeira e seu computador. Normalmente é suficiente comprar alguns metros de fio de cobre desencapado de 8mm ou 10mm (comumente chamado de cordoalha) e três estacas de cobre.

  • Se este contrapiso tem contato direto com a terra, uma boa dica de impermeabilização é comprar uma tesoura e lona — sim, aquela lona preta. Mas não é qualquer lona, não: lona é fabricada em diferentes espessuras e a mais adequada é a de 20 micrômetros (simplesmente, 20 micra).  Ela é vendida em rolos, com 4m ou 8m de largura, devidamente dobrados para facilitar o transporte, e não é preciso contratar frete para isso. É preciso comprar pelo menos o dobro da medida da área construída, porque essa lona será colocada em duas camadas sob todo o contrapiso e contornando, por cima, as vigas do baldrame.E, é claro, o pessoal da obra sempre vai achar alguma outra aplicação para lona, como fazer uma barraquinha com sombra ou cobrir os tijolos.

  • Conferir previamente o posicionamento dos quadros de energia, telefone, comunicação e antenas, para passar logo os eletrodutos subterrâneos que forem necessários.

  • Definir os desníveis que separarão os cômodos. Nem sempre eles estão no projeto, e poucas coisas são tão irritantes quanto água escorrendo para a sala quando se lava a cozinha, por exemplo. O nível final será dado numa fase seguinte, antes do assentamento do piso, mas definir os níveis aqui poupa material.

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Alvenaria

Aqui é quando a obra FINALMENTE parece estar andando — até agora, você gastou OS TUBOS de dinheiro e ainda não teve a sensação de estar fazendo algo de útil. É a etapa de subir as paredes, de botar tijolo sobre tijolo. Os cômodos surgem, já dá para ter uma certa noção de espaço (mas sempre parece menor do que é na verdade, não se iluda!), e é uma fase rápida. Atenção em duas palavras mágicas: esquadro e prumo. Os pedreiros e o mestre de obra devem estar muito atentos a isso. O esquadro é a angulação entre uma parede e outra, como se a obra estivesse sendo vista do alto. Normalmente é de 90 graus, pode ser intencionalmente diferente disso, mas a mínima diferença em relação ao previsto significa que você vai ter que fazer um cômodo “torto”, com aquele piso que numa ponta tem 10 azulejos e na outra ponta tem 10 e meio. Já o prumo é o alinhamento vertical da parede: a não ser que o seu arquiteto e você gostem de coisas exóticas, parede boa é parede retinha, e não uma que parece que vai cair.

  • Comprar cimento, areia lavada, areia rosa, brita, arame recozido, pregos e tábuas para as formas das colunas. Também é preciso comprar ferros para as colunas, para as cintas (que são as vigas do alto das paredes, onde o telhado se sustenta) e para as vergas e contravergas, nomes quase indecentes para pequenas vigas ou barras que ficam no alto e embaixo de cada janela ou porta. Elas nem sempre são definidas no projeto estrutural da casa e isso faz com que normalmente falte ferro no fim da obra. Mas, sem elas, surgem aquelas rachaduras diagonais que saem dos cantos das esquadrias e se espalham pela parede — um detalhe de acabamento que ninguém gosta.

  • Conferir ou definir, antes de começar, a altura de cada cômodo. Isso é o chamado “pé-direito” da obra, sabe Deus por quê. Nem sempre o projeto é detalhado em relação a isso, e é preciso considerar coisas como desníveis existentes na casa (um cômodo pode ficar com altura boa mas outro ficar baixo demais) e a existência de tubulação de esgoto no andar superior (que vai exigir o uso de forro no teto). A medida normal fica entre 2,60m e 2m90.

  • Conferir o local exato e o tamanho das esquadrias, inclusive o posicionamento e tamanho das vergas e contravergas.

  • Mesmo quando não há andar superior, as paredes não acabam depois que chegam à altura da laje — elas devem seguir até o telhado, dependendo do desenho adotado pelo projeto. Nesse caso, é preciso conferir até que altura elas vão seguir, e a inclinação que devem proporcionar ao telhado.

  • Ao se chegar no alto das paredes, antes de construir as cintas, é preciso conferir DE NOVO os pontos das colunas e das vigas superiores que devem ter esperas para água, esgoto e conduítes de energia, telefone, antena, etc.

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Laje

Imortalizada por Caco Antibis, o personagem de Miguel Falabella no extinto programa Sai de Baixo, a laje é o teto da casa, sob o telhado — a não ser, claro, que o projeto dispense a laje e use somente um forro, ou o telhado aparente. A laje é normalmente necessária quando há um andar superior — nesse caso, é a chamada laje de piso, mais forte e mais cara do que a simplória laje de teto, usada com a mesma função do forro.

É muito arriscado, e freqüentemente impossível, mudar uma laje depois de pronta, porque ela é elemento estrutural na sustentação da casa. Uma laje comum é composta por três elementos. As vigotas são barras de concreto e ferro que são passadas por todo o telhado, por baixo das barras de ferro que ficam no alto das cintas. Elas são compradas sob medida — o fabricante deve visitar a obra para calcular o comprimento e o tipo de ferro que será usado nas vigotas — e são elas que definem a qualidade de uma laje. As lajotas servem apenas como suporte: elas são como tijolos e são apoiadas entre as vigotas, para que depois se cubra tudo com concreto. Hoje as lajotas mais comuns são de cerâmica e de isopor. As duas têm preços iguais ou bem próximos. Enquanto as lajotas de isopor são bem mais leves (claro) e ajudam muito para o isolamento de calor e de barulho entre os andares, elas não são boas para reboco de cimento no teto — nesse caso, recomenda-se usar forro ou um material chamado gesso-cola para o teto. Por fim, o último elemento da laje é o concreto por cima dela, que deve seguir exatamente as orientações do engenheiro quanto a espessura e resistência (determinada pela proporção entre água, cimento, brita e areia).

  • Encomendar a laje ainda durante a fase de alvenaria, pois ela demora alguns dias para ficar toda pronta. Se você pensa em usar beirais, que ficam por baixo do madeiramento do telhado nas partes em que eles se estendem além das paredes, avise a empresa, porque poderá ser necessário aumentar o cálculo da área da laje.
  • De material elétrico, comprar as caixinhas octogonais de altura dupla que são usadas para fixar luminárias de teto, e mais conduítes se necessário. Quem quiser pular etapas, pode aproveitar o embalo para comprar também as caixinhas de parede que serão usadas para tomadas e interruptores (simples ou duplas) e para luminárias de parede (octogonais de altura simples, pequenas ou grandes).

  • Comprar escoras de madeira, tambem chamadas indecentemente de paus roliços. São usadas para apoiar a laje depois que ela é montada e concretada, e devem ficar montadas por pelo menos 30 dias para garantir a secagem da laje.

  • Se houver andar superior, comprar toda a tubulação de esgoto que será usada, com os respectivos caps de proteção.

  • Onde houve banheiro ou uma varanda aberta, pode ser preciso tomar alguma medida para impermeabilização da laje, que pode ser com lona ou com algum produto específico. O engenheiro RT pode dar umas boas dicas sobre isso.

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Telhado

Se não houver outro andar, já é hora de fazer o telhado — assim, pode-se continuar o resto do trabalho sem preocupação com chuva, e a própria obra pode servir de depósito para mais material. O telhado, porém, costuma ser caro, principalmente quando é dos tradicionais, com madeira e telhas de cerâmica. Existem telhas de vários formatos, tamanhos e cores, e das medidas delas é que se tira a conta do madeiramento que será necessário — também em diversas madeiras existentes. As combinações são inúmeras. Para minha casa, adotei telhas do tipo americana — parecem as coloniais, mas são grandonas, com menos peças por metro quadrado, e por isso são mais leves e, mesmo sendo mais caras por milheiro, saem mais em conta. Ah, na cor mesclada, aquela branca que parece queimadinha na outra ponta. Para madeira, dado o preço salgado do tradicional e ultra-resistente ipê, usei angelim vermelho — uma madeira bem forte, que não agrada os cupins, e que vem sendo muito adotada no lugar do ipê. Mas tem a característica de feder a chulé enquanto não está devidamente seca…

O material é relativamente fácil de encontrar e, dependendo da escolha, não precisa ser comprado com tanta antecedência. Mas é preciso pegar no pé do mestre de obra ou do engenheiro RT para se fazer a lista de materiais necessários, que normalmente não são definidos nas plantas do projeto.

  • Comprar madeiramento com pelo menos 3 dias de antecedência, duas brocas longas para madeira, um disco de serra para madeira e um para cerâmica, disco de lixa (com disco de borracha), barra rosqueada do diâmetro da broca com as respectivas arruelas e porcas (sai mais barato que comprar parafusos), pregos para as ripas, telhas (pelo menos 2 dias de antecedência), cumeeiras das telhas (são vendidas por unidade).

  • Como eu já disse, existem muitas opções para o madeiramento, mas os principais e mais recomendados são o ipê, o angelim, o cumaru (também chamado de ipê-champanhe, mais claro e um pouco menos resistente que o ipê comum) e maçaranduba. Você já deve ter lido em vários lugares para comprar madeira já envelhecida e seca, que não empena, mas eu não encontrei nenhuma madeireira que tivesse material assim, porque elas não se arriscam a trabalhar com estoque grande e a rotatividade do material é alta. O que você pode fazer é já deixar acertado que, em caso de empenamentos, o material terá que ser trocado. Se a madeireira não aceitar essa condição, procure outra! E, se o telhado não é aparente, considere com carinho a opção de usar estrutura metálica em vez de madeira — o número de empresas especializadas é crescente e os preços estão ficando bem melhores, “as vezes até mais em conta do que madeira. Só que, nesse caso, a instalação não será feita pelo pessoal do mestre de obra, e sim pela empresa.
  • Outro truque maldito das madeireiras: um bom projeto de telhado vai incluir medidas rigorosamente especificadas e de certa forma padronizadas para as vigotas, mas no mercado você vai se deparar com a maioria das lojas vendendo apenas vigotas cortadas em medidas ligeriamente menores do que esse padrão. Óbvia mutreta para fazerem a madeira render mais. E, acredite, cada centímetro de espessura faz uma diferença BRUTAL na resistência da madeira. Não aceite medidas menores, não caia em papo de vendedor do tipo “ah, essa medida ninguém trabalha mais, agora só tem essa aqui” ou “pode levar que não vai fazer diferença!”, e só aceite uma medida diferente se for para mais, ou seja, maior. Certamente vai sair mais caro, mas se você não fizer isso será enorme a probabilidade de que em 6 meses ou menos seu telhado fique completamente envergado.
  • Se os recursos permitirem, vale a pena comprar a chamada subcobertura, que é uma manta aluminizada colocada entre o madeiramento e as telhas. É coisa cara, mas serve para isolar o calor e, principalmente, impede goteiras causadas por deslocamento das telhas. Se o dinheiro estiver curto, pode-se usar lona, que não é a mesma coisa mas é melhor do que nada.
  • O telhado pode ser extremamente caro, especialmente em casas térreas. É altamente recomendável que, depois da última telha colocada, você dispense o pessoal por uns meses, deixe a obra parada, termine de pagar o material e só retome a construção depois que refizer as economias.

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Instalações

Depois de gastar uma boa grana com ferro e cimento para a fundação, essa é a próxima etapa que come dinheiro. As paredes são “rasgadas” para a instalação dos canos, dos registros, das caixinhas de tomadas. O material não é tão caro assim, vá lá, mas também não é baratinho como tijolo, e quem quer fazer uma casa que preste não pode abrir mão de usar materiais da mais alta qualidade possível — não tem coisa pior do que ter que quebrar parede para trocar um registro, consertar cano que rachou, essas coisas. Se é que vale a opinião, lá vai: tubulação pra mim é Tigre ou Amanco/Fortilit, registro é Deca ou Tigre!

Essa fase é uma das mais chatinhas. O mestre de obra NUNCA vai te dizer exata e precisamente o que você precisa comprar. Depois que você chegar da loja com o material, ele vai olhar pra você e perguntar “você comprou a luva de 100?”, e você vai querer esbofetear o miserável porque ele nunca tinha falado de luva nenhuma. Por mais que o engenheiro RT ou você mesmo se esmere em calcular quanto vai precisar de cada coisa — luvas, joelhos de 90 graus, joelhos de 45 graus, registros, etc — sempre vai faltar alguma coisa na hora em que os caras vão montar os tubos. Fora que, não raramente, eles erram, e aí é difícil aproveitar alguma coisa de um trecho de tubulação que precisou ser cortado fora.

A solução? Faça logo um acerto prévio com o dono da loja de materiais de construção mais próxima da obra, ou com o fornecedor preferido do mestre de obra, para que, quando faltar alguma coisa em cima da hora, eles possam ir lá e pegar, para que você pague depois. Ou deixe que o mestre de obra pague e você se acerta com ele depois. É, tem que confiar, fazer o quê? O pessoal das lojas é compreensivo quanto a isso e não cria problemas. Eu apelei para algo mais preventivo: copiei para folhas de papel, em escala, as plantas baixas da cozinha e dos banheiros, e desenhei cada uma das paredes — é como se você tivesse desmontado uma caixa de papelão e estivesse olhando para ela do alto. Daí desenhei cada uma das saídas de água ou esgoto nas paredes, desenhei a tubulação, e tirei as medidas dentro da escala. Acho que é o mais próximo que se pode chegar do quantitativo de material final… Mesmo assim, não se esqueça de comprar canos e conexões com uma certa “margem” de sobra.

  • Comprar material bruto de água quente e fria (canos, cola PVC, joelhos, tês, válvulas de descarga, registros, plugs, material para a caixa d´água). Registros que controlam a água em todo um ambiente são de gaveta; as torneiras de chuveiro são registros de pressão. Por razões de tradição, os registros usam roscas com medidas em polegadas, enquanto os tubos de PVC (soldáveis com cola PVC, daí o nome “cola” para as conexões) já são vendidos com medidas em milímetros, e para ligar um com o outro é preciso usar adaptadores de rosca para cola. O registro de pressão precisa de um adaptador e uma luva LR (aquelas de plástico azul, que têm uma rosca de metal por dentro em uma das pontas); e o registro de gaveta leva dois adaptadores.

  • Não se esqueça de incluir nos cálculos dos tubos de esgoto (normalmente, os de 40mm) as colunas de ventilação, que devem partir da tubulação do chão até algum ponto de saída de ar sobre o teto da casa. Sem essas colunas, são grandes as chances de você ter um banheiro com aquele agradável aroma de… merda. Se o ar do sistema não tiver por onde sair, ele vai retornar pelos ralos, por exemplo.

  • Se isso já não foi feito, comprar as caixinhas de interruptores, caixinhas octogonais para iluminação de parede (altura simples), mais conduítes se necessário, quadro de distribuição de energia (normalmente de embutir, observar as entradas para conduítes) e quadro de telefone.

  • Definir e discutir amplamente com o mestre de obra e o instalador onde ficarão as tomadas, os interruptores e suas respectivas luminárias, saídas de antena de TV e telefone, pontos de interfone e alarme, etc. Não precisa ser tudo igualzinho ao projeto, mas é preciso deixar bem claras as alterações.

  • Definir os locais exatos das saídas de água, especialmente a altura delas, de acordo com o tipo de pia que será utilizado. Existem as torneiras de parede, que devem ser colocadas mais altas do que a pia, e as torneiras de mesa, que são instaladas na própria pia, ligadas à saída de água por uma mangueira apropriada, e por isso exigem que a saída de água fique mais baixa do que a pia. Nos banheiros, a válvula de descarga de embutir deve ficar a aproximadamente 100cm do piso.

  • Definir localização das saídas de esgoto nas paredes. A altura dos sifões depende da altura das pias: em pias de bancada com cuba embutida, a saída para o sifão fica a cerca de 60cm, e a distância entre o sifão e a bancada varia em torno de 20cm.

  • Conferir na planta a altura e o alinhamento vertical das saídas e torneiras de chuveiro (com posicionamento da caixinha de tomada). As torneiras do chuveiro devem ter uma altura em torno de 110cm. A saída do chuveiro fica entre 200cm e 210cm acima do piso — a não ser que haja jogadores de basquete na casa.

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Reboco

O reboco propriamente dito é uma mistura de cimento e areia (dos tipos rosa e lavada) que é mais fina e frágil que o concreto, que leva brita. Primeiro essa massa é salpicada na parede, formando o chapisco. Depois, grandes colheradas dessa massa são arremessadas com força na parede (uhuu!) para formar o emboço. E aí sim o pedreiro, com uma imensa barra retangular de alumínio (a régua), alisa esses bolões de massa para deixá-los completamente nivelados e lisos, formando o reboco.

A fase de instalação deve ser muito bem planejada e conferida depois de pronta porque quebrar reboco para mudar alguma coisa dá pena, e pode até dar muito trabalho se ninguém mais lembrar onde exatamente estava passando aquele maldito cano. Aqui é meio caminho andado para o acabamento, e já se deve começar a pensar nos revestimentos de parede que serão utilizados. É preciso caprichar na massa: um reboco que leve muita areia, para economizar cimento, fica frágil e farelento demais, o que, na prática, significará muita dor de cabeça na hora em que você quiser bater um prego na parede para colocar um quadro, por exemplo.

 

Esquadrias

Na fase de reboco você já precisa ter em mente uma parte do acabamento que quer para a casa. As esquadrias são um exemplo disso. É nessa fase que são instaladas as janelas e portais, em se tratando de esquadrias de metal, PVC ou madeira; ou são feitos os enquadramentos se você optou por janelas e/ou portas de vidro temperado (o popular blindex). “Enquadrar” uma janela é simplesmente rebocar a parte de dentro dela, deixando-a com um aspecto já finalizado, do jeito que ela vai ficar para receber a pintura e o vidro.

As portas internas, especificamente as de madeira, são compostas por diversos itens. Atualmente algumas madeireiras vendem kits de portas que são instalados de uma só vez na fase de acabamento, com espuma de poliuretano. Para usar esses kits, só é preciso deixar os portais enquadrados. Já no sistema tradicional (que ainda é mais barato), é na fase do reboco que você precisa comprar e instalar os portais, apenas eles — comprar as portas em si e os alisares (as molduras que ficam em torno dos portais) é arriscado, pois eles podem pegar sujeira, mofo e umidade enquanto não chega a fase de acabamento, que é quando eles realmente são instalados. Decida desde já se suas portas, e os respectivos portais e alisares, serão pintadas ou envernizadas: se você quer manter a tonalidade natural da madeira, será preciso instalar os portais já selados e envernizados, para que o cimento não cause manchas. Na hora de comprar verniz, será preciso escolher entre brilhante e fosco, e também entre o tipo comum (também chamado de “Copal”, sei lá por quê) e o tipo marítimo (mais resistente e fundamental para áreas que recebam chuva ou muita luz direta do sol). E não se esqueça de comprar os pregos, que serão fincados nos portais para fixá-los à alvenaria.

Para as esquadrias de metal, a recomendação é comprar tudo de uma vez, se for possível. Assim, você poderá negociar um preço mais baixo, e principalmente poderá comprar todas as portas e janelas de uma mesma linha estética. As esquadrias de alumínio são bem leves, não enferrujam e precisam de pouca manutenção, mas são mais caras do que as de ferro (aproximadamente o dobro ou triplo do preço), e pelo fato de poderem manchar em contato com o cimento, e também por normalmente terem espessura menor do que as de ferro, exigem que a mão-de-obra já tenha experiência com elas — não é qualquer zé ruela que pode mexer com alumínio, em outras palavras, e por isso antes de comprar já pergunte ao mestre de obra se ele tem o conhecimento necessário. Por outro lado, as janelas e portas de ferro, relativamente baratas, mais fáceis de instalar e em grande variedade de modelos e medidas, exigem pintura impecável para que não se enferrujem com facilidade (o que invariavelmente vai acontecer em algum momento).

O vidro temperado é uma opção não exatamente barata, até porque vai exigir a instalação de cortinas e/ou persianas posteriormente, mas dá um visual moderno que vem sendo muito utilizado. As portas e janelas de blindex não permitem furos ou cortes depois de prontas, e por isso é fundamental que a própria empresa fabricante/revendedora mande alguém na obra para tirar as medidas, depois que os enquadramentos já forem feitos (ou até mesmo depois da pintura, se possível). E atenção a um detalhe — as janelas de blindex normalmente usam para-peitos (ou peitoris), de mármore ou granito, e muita gente gosta de usar molduras externas ao redor delas. Pois bem: depois do requadramento, já chame a empresa que vai fazer e montar essas molduras (para o exterior, elas devem ser de concreto, e não de gesso). Depois que elas estiverem instaladas, chame a empresa vendedora dos peitoris, para que um revendedor tire as medidas já somando a espessura das molduras à espessura das paredes (o ideal é que, no lado de fora, o peitoril ultrapasse a moldura em 0,5cm ou um pouco mais). E só depois chame o vidraceiro, que levará mais uns 15 dias para entregar o material sob medida. Não cometa o vacilo que eu cometi, de comprar os peitoris antes das molduras, o que me obrigou a exigir que o produtor das molduras as fizesse mais finas que de costume.

  • Jamais, de jeito nenhum, sob qualquer hipótese, nem a cacete caia naquela velha idéia de fazer o reboco com areia saibrosa, também chamada simplesmente de saibro. Para quem não conhece, é um tipo de areia argilosa, bem clarinha, constantemente úmida. Misturar isso ao cimento é uma técnica antiga e infelizmente popular para fazer o cimento “dar liga” e grudar melhor na alvenaria. Mas meu tio Alexandre certa vez me ensinou: “meu filho, saibro é barro. O que acontece se você misturar barro no cimento? Estraga seu cimento”. É bem verdade e eis ainda uma outra explicação mais técnica: a areia saibrosa é rica em compostos orgânicos que um dia simplesmente apodrecem. Isto posto, é fácil concluir que em pouco tempo uma parede rebocada com saibro vai literalmente apodrecer e mofar. Não é mera teoria: um colega de trabalho, dia desses, estava se lamuriando por ter feito isso, e me dizendo que vai precisar desmanchar o reboco inteirinho e refazer. A receita certa para o reboco leva apenas areia lavada, areia rosa e cimento. Para dar liga e tornar o cimento mais plástico, uma boa dica é misturar gesso em pó ao reboco, o que também acelera seu endurecimento.

  • Comprar cimento, areia rosa, régua de alumínio, linha para nível. Também pode ser preciso comprar espátula e colher de pedreiro.

  • Comprar as bancadas que precisam ser chumbadas na parede — pias de granito e inox, por exemplo. Conferir a altura em que elas devem ficar.

  • Conferir de novo, antes da execução, as medidas e posição das esquadrias (altura das janelas e portas em relação ao teto, etc). Normalmente o ideal é que a parte de cima de todas as janelas e portas esteja nivelada, mas isso pode mudar de acordo com desníveis da casa. O importante é que não seja preciso quebrar tudo depois de pronto para colocar na altura certa!

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Piso e revestimentos

Você queria acabamento?? Aqui começa o dito cujo. Pode ir coçando o bolso porque aqui começa a parte mais cara da obra. Ou não. As opções são incontáveis, e muitas vezes materiais bem simples podem se tornar acabamentos lindos quando passam por mãos devidamente habilitadas. Depende do seu gosto e da sua capacidade de aceitar (ou rebater) sugestões.

  • Comprar as soleiras das portas, que costumam vir em medida padrão (80cm ou 90cm de largura) e são cortadas com serra na própria obra. O resto depende do material adotado. No caso de cerâmicas, é preciso comprá-las com um excedente de uns 15%, porque se perde muito nos cortes para rodapé e ajustes, e é sempre recomendado guardar algumas peças para o caso de reparos e reformas, já que os desenhos e padrões oferecidos pelos fabricantes são mudados de tempos em tempos. Além delas, argamassa e rejunte. Os pedreiros sempre gastam mais argamassa do que o calculado pelos vendedores; portanto pode ser providencial levar um ou dois sacos a mais. Pode ser preciso comprar também juntas espaçadoras, de plástico e em formato de cruzeta, que mantêm o esquadro do piso e têm a espessura que se deseja para o rejunte.
  • Antes de ser colocado o piso de cerâmica, é feito um segundo contrapiso, num material semelhante ao reboco, que corrige as irregularidades e determina tanto a eventual inclinação do piso (o popular caimento) quanto o desnível que separa os cômodos ou ambientes. Antes da execução, definir e discutir com o pessoal da obra quais serão esses desníveis. E para testar a inclinação dos pisos, antes que a massa seque, usar bolas de gude ou algo similar.

  • No caso de piso de banheiro, é preciso não apenas fazer um rebaixo de pelo menos 1,5cm na área do chuveiro: se o banheiro tiver cobertura de cerâmica de meia-parede e apenas no box receber cerâmica por completo, é preciso também definir que tipo de fechamento será usado (box de acrílico, box de vidro temperado, cortina). O box de acrílico com esquadrias de alumínio tem cerca de 4cm de largura, e o emolduramento da área de chuveiro, proporcionado pela cerâmica, deve ter no mínimo essa espessura (contada a partir do rebaixo do box no piso), para que não fique uma fresta entre a esquadria de aumínio e a parede sem cerâmica. Já o box de vidro temperado é menos espesso, e basta um emolduramento de pouco mais de 2cm.

 

{mospagebreak title=Pintura}

Pintura


Outra fase do acabamento, que pode ser igualmente cara ou até surpreender no preço. Pinturas texturizadas, que estão na moda, muitas vezes são mais práticas que a pintura tradicional, lisinha, porque podem dispensar a massa corrida. As possibilidades são inúmeras — e, engraçado, o bolso da gente não é infinito como os donos das lojas pensam. O jeito é ir pegando idéias legais nas casas dos outros e em revistas.

  • Para uma pinturinha básica, comum, a lista de materiais é extensa. As massas corridas não apresentam muita diferença entre as diversas marcas; já as tintas devem ser escolhidas com mais cuidado. Tetos normalmente levam tinta fosca não-lavável, e em interiores é comum a pintura lisa com tinta semi-brilho lavável. Além desse material básico, comprar também rolo anti-gotas, rolo comum, lixas 180 e 220, thinner, pincéis de ¾ e de 1½, impermeabilizante externo, máscaras de rosto para a fase de lixamento da massa corrida, e fita crepe para proteção de áreas que não devem sofrer pinturas (especialmente em caso de reforma).

  • Para o exterior da casa, é bom passar impermeabilizante nas paredes antes da pintura definitiva. Meu mestre de obra me convenceu a usar Vedapren Branco, o que causou estranheza nas lojas de tintas, porque normalmente isso só é usado em lajes. É que ele é mais grosso que o Vedapren normal e forma uma espécie de película emborrachada. Esse impermeabilizante pode fazer as vezes de pintura mesmo, branca, enquanto não se aplica a pintura definitiva.

{mospagebreak title=Montagens}

Montagens

Ok, o nome pode não ser o mais apropriado. Mas essa é a fase de terminar a casa: colocar as portas, as janelas, as louças do banheiro, as torneiras, essas coisas. Essa fase rivaliza com a dos pisos em termos de custo, e você já pode se considerar um vencedor se conseguiu chegar até aqui sem vender as calças. Opções aos milhares, e você até pode abrir mão de um pouquinho de qualidade em prol do preço — por exemplo, uma torneira de banheiro que possa ser trocada facilmente não precisa necessariamente ser da Deca, que é apontada como o supra-sumo do mercado brasileiro em termos de hidráulica, e por isso copiada por todos os fabricantes. Essa fase, definitivamente, vai do gosto e do bolso de cada um…

  • Comprar as portas e os alisares (molduras), se não foram comprados juntamente com os portais na fase do reboco. Além dessas peças, é preciso lembrar das dobradiças (evitar as de aço galvanizado, que se enferrujam; prefira as cromadas), fechaduras, pregos pequenos e sem cabeça para prender os alisares, cola de sapateiro para os laminados de acabamento das portas de madeira, tinta para as portas pintadas, selador e verniz para as envernizadas, e mais um pincel de 2 polegadas. Podem ser necessárias, caso o instalador das portas não tenha todas as ferramentas, uma broca chata para os furos das dobradiças e uma serra-copo para a abertura dos buracos para fechaduras.

  • Se as janelas e portas não são de vidro temperado, que já deveriam ter sido encomendadas na fase do reboco, é a fase de encomendar os vidros para as esquadrias de metal ou madeira.

  • Banheiros: comprar torneiras e acabamentos de registros (todos da mesma linha em cada cômodo), acabamentos de válvula de descarga, engates flexíveis (as mangueiras) para as torneiras de bancada ou coluna, ducha higiênica, sifões, válvulas de pia (ralos), canos de chuveiro. Lembre-se de comprar as peças de hidráulica de acordo com as saídas de água e esgoto que foram escolhidas na fase de instalação — por exemplo, sifão + válvula de ralo, torneira + engate flexível + rosca da saída de água, cano de chuveiro + rosca de saída de água, etc.

  • Também no banheiro: comprar as louças. Para a fixação de vaso sanitário, pias presas à parede e colunas de pias, é preciso comprar também parafusos especiais (8mm ou 10mm) e uma broca para concreto com o mesmo diâmetro. Para o vaso, também é preciso o anel de vedação (de massa, descartável; ou de silicone, reaproveitável). O acabamento também exige gel de silicone para vedar as frestas.

  • É hora de comprar o tanque de lavar roupa, caso ele seja preso à parede, e as mãos francesas (suportes) caso sejam necessárias. Mesmo que o tanque já tenha sido instalado antes — no caso de tanque de embutir na parede, como pias de cozinha — , também é hora de comprar torneira, acabamento do registro da área de serviço, válvula de ralo e o respectivo sifão com rosca do mesmo diâmetro (em pares, no caso de tanque com mais de uma cuba). Quando há só uma saída de esgoto para as duas ou mais cubas, pode-se usar um tubo corrugado que une os dois ralos em uma só saída, mas é recomendável o uso de um sifão, ou a ligação a uma caixa de sabão externa (equivalente à caixa de gordura), para evitar que o mau cheiro da tubulação de esgoto retorne pelo ralo.

  • Para a cozinha, além dos já conhecidos kits de torneira, válvula-ralo, sifão e acabamento de registro, também já se pode comprar a mangueira de gás com respectivas braçadeiras, triturador de lixo, e o fogão e/ou forno de embutir.

  • Conferir, antes da instalação, as alturas e níveis em que as bancadas e pias serão instaladas.

 

Bar – Segundo Clichê

Padrão

Segundo Clichê

Categoria: Bar

Localização: 107/108 Norte (rua da Discoteca 2001)

Data da visita: Sábado, 13 de maio de 2006.

Preços de referência: Caipirosca a R$ 5,50.

Freqüência: Longe de ser dos mais cheios, pelo contrário, é um bar para pouca gente. Aparentemente, turminha dos 23 aos 45 anos, em grupos de amigos ou em encontro de casais. Pode até rolar uma azaração, mas não é bem o propósito do ambiente.

Atendimento: bom. 

Observações: As cadeiras são um tanto desconfortáveis e cansativas, mais precisamente por conta do encosto. A música ambiente é baixa e não atrapalha a conversação.Boa variedade de bebidas, com destaque para as cachaças.

Bar – Bar do Luiz

Padrão

Bar do Luiz

Categoria: Bar 

Localização: 513 Sul, virado para a avenida W2

Data da visita: Domingo, 14/05/2006

Preços de referência: Caipirosca a R$ 5,00; Malzbier Antarctica (long neck) a R$ 2,50.

Freqüência: Perto do violeiro havia uma mesa de senhores de idade. Não deu pra ver se havia na mesa dominós ou um tabuleiro de damas. Na média, terceira idade.

Atendimento: Dois garçons. Um bocado lento, levando-se em conta o tamanho do boteco.

Observações: Um reles Apracur já seria suficiente para que a cerveja não ficasse mais sequer resfriada. Do toucinho, esperava-se pêlos. Quem comeu uma porção de filé (?) a palito disse que estava muito bom, apesar da cara não muito convidativa. Atenção especial para o FANTÁSTICO quadro de fotos na parede.