Campanha à venda

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Alguns destes candidatos a distrital são considerados líderes comunitários, ou pessoas influentes junto a certos grupos de eleitores, e por isso são procurados pelos candidatos de eleições maiores, como para senador ou deputado federal. Diz a reportagem que, em média, esses pré-distritais estão cobrando R$ 400 mil dos colegas.

Pode um troço desses???

Mal começou a campanha e já tem gente se vendendo! E olha a quantidade de dinheiro!!!! É daí que são bancados aqueles montes de cavaletes que estão espalhados pela cidade, aquele monte de “cabos eleitorais” — puramente mercenários — agitando bandeiras nas ruas, os candidatos que têm seus próprios trios elétricos… E mesmo para isso tudo R$ 400 mil é dinheiro de sobra! Estão enfiando o dinheiro no bolso descaradamente!!

É duro. Nada nessa campanha me deixou tão aviltado, tão irritado, quanto essa notícia. A gente vai pra rua acreditando na apresentação de idéias, na ideologia, no diálogo…. e descobre que há uma imensa quadrilha comprando e vendendo tudo isso. Que eu saiba, nenhum dos meus colegas de partido tem esse dinheiro nem para a própria campanha, e muito menos para comprar apoio de candidato que, a princípio, deveria ser candidato por princípios, por convicção, por acreditar num projeto. Não sou ingênuo de achar que isso nunca existiu — mas de forma tão descarada eu nunca vi.

Porra. Eu mesmo fiz meus folders — fotos, artes, tudo. Fiz pesquisa de preço em gráficas. Eu boto os panfletos numa bolsa e saio distribuindo sozinho na Rodoviária, nos bares do Plano, na UnB, em Sobradinho, etc. Enqto isso, um bando de filho da puta compra isso tudo, não apresenta UMA proposta, nem enfrenta um debate de idéias!

Desculpem mais uma vez pelo desabafo. É que eu acredito — ainda — que existem pessoas que não se deixam levar por puros espetáculos de estrutura, bandeiraços, bonecos de Olinda na W3, banquetes promovidos para comprar votos, que não têm nenhum conteúdo político de verdade, nenhum ideal (no sentido estrito do termo), nenhuma dignidade e nenhuma vergonha na cara. Eu não quero acreditar que eu sou o único que não aceita esse tipo de coisa, e eu gostaria muito de fazer outras pessoas enxergarem como isso é absurdo. Os caras já se vendem desde o início da campanha; imagine o que vão fazer se forem eleitos.

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